TODOS OS SERES CORROMPIVEIS DESTE VILAREJO, JÁ FORAM CORROMPIDOS NO INVERNO PASSADO.
Então eles me disseram que seria fácil, e que todas cartas estavam na mesa, bastava que eu lesse seus valores e adivinhasse suas influencias. Eles também me explicaram que um ser que se deixa corromper, não pode sugerir nenhuma objeção, e tem de aceitar como pagamento a menor nota possível, pois moedas são humilhações. Então, novamente disse que não, e eles não se importaram com meus sonhos, e não se importaram com meus sonos, me trataram como se fosse uma pagina branca e superficial, e como se minhas opiniões fossem coisas temporárias e sem fundamento. Então eu fiquei tenso. Então minha boca tremeu. Então eu gritei. NÃO. E eles ouviram sim. Meu outono tem sido turbulento, e não tenho conseguido dormir. Tentei dizer o contrario.Então eles colocaram a nota surrada de 1 real nas minhas mãos, e me deram as instruções. O expediente seria maçante e talvez, nem valesse a pena. Pura hipocrisia. Não vale a pena, e eu não preciso de 1 real. Minha opinião mentirosa e sem fundamentos não foi levada em consideração. Minha vontade foi rasgar a nota em mil pedacinhos, mais prefiro devolve-la e mostrar que valho muito mais que isto. Então me acharam indiferente, e disseram que não custa nada. Só assim eu pude dizer que é melhor não custar nada do que custar uma miserável nota surrada de 1 real. Mas eles acharam que eu estava brincando, e colocaram a nota no meu criado mudo antes de sair. Desconfio que eu seja mudo, e não o criado. Desconfio que o mundo seja surdo. E são duas teses antitéticas que se combatem no meu subconsciente, enquanto pinto de vermelho insípidos beija-flores.
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