toda utopia antes de desmanchar em si mesma ao entrar em
contato com a realidade
dentro de mim cresce
na forma de castelos de areia
castelos estes, ausentes de qualquer tipo de fundação ou
estrutura
sem nenhum pilar que o ajude a se manter estável
crescem por si só
grãos apoiando sobre grãos
sem ordenação e sem consistência
e no dia em que meus lábios ousam materializar tais utopias
elas se veem falhas, infundadas
imediatamente seu crescimento é interrompido
mas o castelo continua dentro de mim, como uma escultura
cinética
com a mesma massa de areia, assume diferentes formatos
até que um dia sua existência não faz mais sentido
então lentamente ele desmorona, se faz ruina e some
some para dar lugar ao castelo de cartas que ali será
erguido
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