domingo, 17 de março de 2013

188 dias - Parte I


O tempo voa. E passa tão rápido que quando se percebe, já foi... só restam as lembranças. Hoje parei pra pensar e de repente me pego fazendo um balanço do que foram esses 6 meses e pouco longe de casa. Das conquistas que obtive até agora, algumas terão que caber em duas malas... sapatos, casacos, uma câmera, várias canecas, um novo computador. 64 quilos é o limite de conquistas materiais.
Para as conquistas imateriais, preciso de uma mala maior. Maior que as dimensões máximas da companhia aérea. Tão grande que é impossível materializá-la. É uma mala virtual, cheia de lembranças. Cheia de sonhos realizados. Cheia de imagens, que as fotos são incapazes de materializar. A sensação ao sair do metro, debaixo do chão e estar na Praça da Figueira, numa manhã de quarta-feira. Os primeiros ares de Lisboa (porque  aeroporto é o local mais impessoal e genérico que existe, não conta). O primeiro andar de autocarro, em direção a Belém, onde os olhos já não sabem pra onde olhar, de tanta novidade que se vê pelas janelas. Os primeiros colegas, os primeiros amigos que pouco a pouco vão surgindo. A primeira noite no Bairro Alto. A primeira festa. O primeiro beijo. São tantas primeiras vezes que me sinto uma criança a desvendar um novo mundo. 
Sensações que são únicas, como a primeira vista de Madrid, um vexame passado na discoteca, as vãs tentativas de se falar espanhol, o sentar nos bancos revestidos de azulejos no Parque Guell, se divertir com o vento saindo do chão (like as Marilin Monroe) em frente a Sagrada Família e se perder, nas ruelas do Bairro Gótico de Barcelona. As aventuras pela noite de Berlin, tá ai uma coisa que não mala que caiba. Um casarão, com paredes degradadas, pixadas, com a passagem do tempo bem marcada. As pessoas, super alternativas, a musica... estonteantemente boa. Situações engraçadas e constrangedoras, que até hoje não entendi e que ainda me provoca boas risadas.... Um hostel que era um verdadeiro cenário de filme de terror. Uma segunda noite, que uma sacada com o mapa do metro salvou a noite... uma bela despedida daquela cidade que foi largamente brindada, com doses e garrafas de Jagermeister.... cidade maravilhosa... da qual não queria ir embora... ou só queria porque sabia que estava indo pra Amsterdã.
Amsterdã foi a cidade do equilíbrio... Dias maravilhosos a passear pelos canais da cidade, eram compensados com noites maravilhosas, uma experiência multicultural. Um passeio noturno de bicicleta.  O tram passando pelas ruas cheias de gente. Uma saída a francesa da boate depois de derrubar uma parede. Uma tarde no Coffee Shop repleta de fumaça e risadas. (continua)

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