terça-feira, 12 de março de 2013

o instante

- Agora? Porque agora e não ontem, ou amanhã, ou a dois minutos atrás?
- Porque assim é.

E não satisfeito com a resposta, seca por natureza, ausente de detalhes... pensei em cada momento, em cada instante que se passou. Pensei minha vida como um filme, em que cada frame é numerado e tem seu lugar. Pensei em cada decisão tomada em cada momento. Pensei em como cada sim e cada não me guiaram até onde estou agora. Me guiaram até onde estou agora. Me guiaram até aqui e não até aquela outra esquina, ou aquela outra escada, ou aquela outra cidade. Não. É aqui. Das milhares de possibilidades, foi essa. Nesse caminho, deixei de conhecer várias pessoas que podia ter conhecido. Um dia que escolhi atravessar a rua para caminhar do outro lado, um dia que escolhi ficar em casa em vez de sair, um dia que atrasei e peguei o ônibus seguinte. Deixei de conhecer pessoas que poderiam estar presentes e serem importantes na minha vida agora (ou não).
Entretanto, ao passar pelo outro lado da rua, ao ficar em casa em vez de sair, dentro do ônibus seguinte... foram nesses lugares que estavam as pessoas que agora são importantes para mim (e realmente são).

E todos os dias sou banhado por esse acaso. Toda a minha premeditação ao pensar meus atos é destruida por pequenas pitadas de acaso. E mesmo ao parar e pensar se atravesso a rua ou se fico desse lado, estou parado e não andando, estou na rua e não em casa.

Estou. Sou.
A cada instante.



Um comentário:

  1. Amigos escritores! Adorei isso, Wall... E não sabia que vc tinha um blog! Pfvr, seguindo.

    Carlos.

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