domingo, 19 de janeiro de 2014

existência subjetiva

Existe, num lugar a alguma distância daqui, uma terra mágica. Todos os dias  a vista do céu nesse lugar é presenteada pela presença do arco-íris. De dois em dois dias, chove. De três em três dias, as pessoas se dão o direito de dormir até um pouco mais tarde. Uma ou duas horas a mais. De quatro em quatro dias, o sol esquenta mas como de dois em dois dias chove, nesses dois dias a chuva refresca. De cinco em cinco dias, pela noite a lua aparece. Nos outros, ela fica escondida atrás das nuvens. E quando aparece, faz com que as pessoas saiam de suas casas, caminhem sozinhas, aos  pares ou grupos; para admirar a sua beleza. Alguns olham pela janela mesmo e já é suficiente. Toda semana há um dia em que não se trabalha. De quinze em quinze dias, as pessoas vão até o lago da cidade para nadar. Durante seis meses a água do lago é quente, os outros seis é fria. Por longos dois meses do ano, neva. E a cada ano, esse evento ocorre em meses diferentes. De oito em oito meses há migração dos pássaros. A cada duzentos e cinco anos cai um cometa em algum lugar no perímetro da cidade.

Uma vez por semana, eu sonho com essa cidade. Em dois terços dos sonhos, eu vivo lá. Em um terço, sou visitante. Duas vezes por mês, sonho que estou arrumando as malas. De dois em dois meses estou no avião, a caminho.

Uma cidade que não sei se quer o nome. Enquanto não nos conhecemos, somos dois estranhos. Não sei o quão perto ou quão distante ela está. Tudo que sei é que ela existe, já que o pensamento ou sonho é a condição da existência.

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