quarta-feira, 7 de outubro de 2015

recusa fatal

ciclos
as pistas que tenho percorrido, por mais complexas ou por mais simples que possam ser suas respectivas geometrias, em todos os casos sempre levam ao início de tudo
onde tudo começou
ciclos
mas quando chego de volta ao início, sou o mesmo?
não!
o tempo passou
se encarregou de me transformar em algo diferente do que era
e pelo simples fato de envelhecer
chego ao início mais velho
ciclos
como se cada âmbito da minha vida estivesse em uma pista
corro em todas ao mesmo tempo
mas não na mesma velocidade
já não sei se todas partem de um mesmo início
ciclos
que se sobrepõe em uma malha com mais de três dimensões






um dia fui desafiado a desenhar o padrão formado pela sobreposição de tais ciclos
em nenhuma das artes clássicas consegui meio de representa-lo
desenho, pintura, escultura, música
fiz pinturas abstratas super complexas
esculturas que não se mantinham de pé
imaginava canções mas não tinha palavras que as descrevesse
desisti





me concentrei nas chegadas e partidas
que nessa altura já não se diferenciavam
era um só fluxo em direção a algo, que já não sei  o que é
e pelo meio do caminho sempre encontrava comigo mesmo e com as mesmas pessoas do meu entorno imediato
e eu continuava sempre eu mesmo
e as pessoas também
salvo diferenças temporais, nós mesmos
ciclos
eternos ciclos que vão de encontro ao inicio de si mesmos, passando pelo meio dos outros
não necessariamente nessa ordem
não necessariamente.





Nenhum comentário:

Postar um comentário