segunda-feira, 26 de agosto de 2013

manifesto nº12 (do entendimento)

não sei o que se passa lá embaixo
ouço baruhos, ruídos e alguma luminosidade
cada vez a luminosidade diminui e o barulho também
é o entardecer

quanto menos luz
menos tempo
segundo a segundo
menos ruido
menos tempo
minuto a minuto

entendo cada palavra
mas não quero dizer nada
não entendo o que se passa lá embaixo
mas não quero ir espreitar na janela
agora não entendo mais nada
mas era suposto não entender

quero silêncio
se não quero dizer nada me apetece não ouvir nada
calemo-nos todos
por um minuto que seja

o entendimento de cada momento
e de cada sentimento
exige calma
é como um alimento que se digere no estomago
é como a água que bate nas pedras e lentamente as esculpe

recebo cada corrente de vento como uma pancada de água ou um jato de ácido clorídrico
lentamente eles digerem as mágoas e esculpem um novo eu
mas para isso é preciso silencio







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