segunda-feira, 28 de outubro de 2013

manifesto nº18 (da distância)

todos os processos geram distância

e quando me aproximo, me distancio
ao mesmo tempo
e se volto
me distancio duplamente, porque daquilo que me afastei, não consigo me aproximar de novo
e para tentar alcançar aquilo que era distância, me distancio de outros
é como um jogo cheio de peças magnéticas
que se atraem e se repelem e se atraem
e para minha polaridade atrair algo ela precisa repelir algo

estou no porto, a espera
daquele veleiro que vem me buscar
me levar para perto e para longe
ao mesmo tempo
um veleiro chamado antítese

num universo cheio de coincidências tempo-espaciais
que nunca se repetirão, porque estão muito distantes entre si
quando faço uma escolha e me aproximo da certeza
me distancio da dúvida
me distancio dos que acreditavam na segunda opção

o veleiro que me leva
me leva para longe
mas se decido ficar aqui, perto
continuo estando longe na mesma



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