domingo, 6 de abril de 2014

imaterial

nem a imensidão da superfície terrestre
nem a superfície de todos os planetas
muito menos a grandiosidade de todos os astros e estrelas
tudo isso pode ser suficiente, para abrigar a materialidade das coisas
mas aquilo que é imaterial não cabe

contraditoriamente
o que todos esses lugares imensos não conseguem abrigar
pode ser guardado em espaços muito pequenos:
no intervalo entre as capas de um livro
no momento em que uma musica rompe o silencio
e no coração

com o livro, você rompe a barreira do real
a música te transporta para um universo tão longe, longe demais
um universo dentro de nós mesmos
e o coração é como uma caixinha de música
um objeto sólido, fechado
que quando se deixa abrir, revela uma beleza difícil de descrever

depois de considerar esses três elementos, dentre muitos outros
o livro, a música e o coração
facilita entender muitos paradoxos
como as vezes mesmo tão longe, estamos tão perto
ou como em meio a multidão, estamos tão só
ou como tudo aquilo que pareceu ser não, de repente é sim

as vezes, colocar a mochila nas costas e girar o mundo em busca de respostas não adianta
quando ela está dentro de nós mesmos
basta permitir que a caixinha de música se abra
abrir os ouvidos para a música que ela toca
mais um paradoxo
o que parece ser tão fácil, mas que na realidade é tão difícil


dedicado a Carlos Santos

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