sábado, 28 de junho de 2014

ladrão de noite - prosa pseudo-erótica 01

Você roubou tudo que eu tinha naquele momento, minha noite. No lugar, colocou a intensa necessidade de te ter. E se te olho, é porque quero. Acima de tudo. A partir de então, percebo cada detalhe de você, sua camisa despretensiosa, embora pretensiosa. Sua calça. Dobrada. Seu sapato. Sua barba. Tudo que quero é mergulhar na sua barba. Entrar tão profundo dentro dela, me perder. Não achar mais a saída. Não quero mais sair de dentro de você. E se me olhas dessa forma, é porque de tudo que quero, queres pelo menos uma parte, senão tudo também.
Estranho esse sentimento, mesmo que me roubastes o que tinha; o sentimento que me provocas é de entrega. Quero te entregar tudo. Te dar. Quero dar a você. Decretar seu, cada centímetro do meu corpo. Cada centímetro da minha pele pertenceria ao seu toque. Não só ao toque das suas mãos, mas de todo o seu corpo, tocando toda e cada parte do meu. Se o roubaste, faça o melhor uso.
Você me roubou, e se te olho é porque não me importo. Até gosto. Mas você foi embora sem explicações. Me fez seu dependente, sem ao menos se apresentar. De agora em diante, quero gastar cada segundo da minha existência a sua procura. Para de fato te entregar, aquilo que roubaste.

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