quarta-feira, 18 de junho de 2014

são paulo - abril - 2012

Dia 1
Minha primeira viagem de avião. A ansiedade pra voar acima das nuvens vinha junto com o medo da primeira viagem (sozinho). A sensação de voar, mesmo que as asas não sejam minhas foi demasiado boa, embora tenha passado bem rápido, algo em torno de 50 minutos. Próxima tarefa, chegar no hostel, deixar as coisas e ir desbravar a nova selva de pedra. Feito. Mala deixada, mapa na mão. Subir Consolação, chegar Paulista. O sentimento de metrópole está ali. Tinha todo um roteiro na cabeça, mas ao ver ao fundo umas tais colunas vermelhas, não resisti. Corri e fui ver/ter/sentir o MASP. Até então, nunca tinha visto algo tão maravilhoso, um vão que fazia todo sentido onde estava, o concreto, o vermelho, tudo. Ao entrar, descobri um artista que até hoje é inspiração, De Chirico. Descer a escada-rampa também é algo que se lembrar. Ao sair, fui ao metrô. Estação da Luz. Museu da Lingua Portuguesa.
"Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma." Fernando Pessoa.
Metrô, Galeria do Rock, Teatro Municipal. Voltar para o hostel cheio de planos, de sair para engolir a cidade/noite de São Paulo. Tinha os conselhos da Grazi de onde ir, porém o cansaço derrubou meu corpo em direção a cama e foi fatal.

Dia 2
Hostel, Sesc Ipiranga, rever uma amiga. Almoçar, Parque Ibirapoera, conhecer novos amigos. A exposição da história do rock antecipava o sabor de rock'n roll que viria nos dias seguintes. Hostel, banho, Rua Augusta, encontrar novos amigos. Bar Santa Augusta. Era tipo o Nelson Bordelo, de BH, mas tinha mais gente na parte cima que embaixo. Tocava The Smiths entre outros classics indies rocks. Naquele momento começava a desenvolver uma habilidade, que é a de descobrir a bebida mais custo/benefício dos lugares. Absinto. Algo por volta de 10 a 15 reais a dose. 2 doses. Hostel.

Dia 3
Hostel, localizado nos Jardins. Café da manhã mais caro da vida, em uma padaria nas cercanias. Festival Lolla Palooza. Desencontrar com todos porque o celular não pega no Jockey Club. Descobrir uma banda nova que é fucking amazing, uns djs estranhos com mascaras que acendem. Depois ir em direção ao palco principal, onde iria tocar TV on the radio (a minha banda da noite). Assistir o show, sendo o único a saber cantar as musicas, porque o povo em volta só queria ver Foo Fighters, a banda a seguir. O show acaba, fui espremido por todos os lados por mais fãs do Foo Fighters. Algum tempo depois o show começa, mas assisto só metade visto que Calvin Harris estava tocando num palco alternativo. Fim do primeiro dia de festival. Hostel. Banho. Hora de desvendar a noite paulista.
Descer a Rua Augusta. Atravessar Paulista. Continuar descendo. Vi uma cidade viva. Várias tribos especializadas no espaço das calçadas/rua. Eu buscava me encontrar em algum daqueles lugares/tribos. Me encontrei, em um club qualquer, numa rua perpendicular. Na fila de entrada, encontro amigos da faculdade, aqui de BH. Puta coincidência. Boate tipo inferninho, mas sobe um nível, não desce. O inferno é no nível +1 e não -1. Inferno do mesmo jeito. Muita vodka. Ir pra casa da amiga de amigos. Dormir na sala da amiga de amigos.

Dia 4
Ir hasta el hostal, outra padaria cara no caminho. Dia 2 do festival. Shows fantásticos. Correr de um show para o outro. Não ter pernas mais, ao fim do festival. Acabou. Voltar. Metrô entupido de gente. Habibs centro. Hostel. Dormir. Mais do que devia.

Dia 5
Acordar atrasado. Sair correndo pra não perder o vôo. Receber ofertas abusivas de taxistas se oferecendo para me levar até o aeroporto. Aceitar o desafio de chegar em tempo. Correr. Metrô. Bus. Aeroporto. Terminal 4. Avião. Escala no Rio de Janeiro. Belo Horizonte.

São Paulo, uma cidade que acabava de ganhar um pedaço do meu coração.
A bagagem não estava toda dentro da mala, que peguei na esteira. Muito mais estava dentro de mim.


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