quinta-feira, 22 de agosto de 2013

manifesto nº10 (da calma)

e de tanto correr
atrás de algo que nem mesmo sei o que é
e que já não sei se me apetece mais
me entrego ao primeiro momento de renuncia
de aceitação
é hora de ir até o fogão, aquecer a água, dissolver as ervas e beber todo o chá
mas com calma, porque com pressa não se chega a lugar algum



então bebi todo o chá
até a ultima gota
um estado de pseudo-transe estabeleceu-se
achei que ia querer dormir
mas a filosofía é maior que o sono e o cansaço




o vento fez bater as portas e as janelas
eu não fiz nada
estou deitado, estou sentado, estou de pé
e me parece bem estar assim como estou
de todos os lugares que poderia estar agora me apetece estar aqui mesmo
ou naquele lugar que estive aquele dia entre a terra e o céu, acho que eram nuvens
mas não lembro o caminho, quem me levou já não está mais por perto
não sei chegar lá sozinho
dessa forma, deixo estar

o vento já não faz bater as portas e janelas
mas continua a passar por aqui
ele tira de mim alguns sentimentos que não sei quais são
mas substitui por outros melhores


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