quarta-feira, 7 de outubro de 2015

recusa fatal

ciclos
as pistas que tenho percorrido, por mais complexas ou por mais simples que possam ser suas respectivas geometrias, em todos os casos sempre levam ao início de tudo
onde tudo começou
ciclos
mas quando chego de volta ao início, sou o mesmo?
não!
o tempo passou
se encarregou de me transformar em algo diferente do que era
e pelo simples fato de envelhecer
chego ao início mais velho
ciclos
como se cada âmbito da minha vida estivesse em uma pista
corro em todas ao mesmo tempo
mas não na mesma velocidade
já não sei se todas partem de um mesmo início
ciclos
que se sobrepõe em uma malha com mais de três dimensões






um dia fui desafiado a desenhar o padrão formado pela sobreposição de tais ciclos
em nenhuma das artes clássicas consegui meio de representa-lo
desenho, pintura, escultura, música
fiz pinturas abstratas super complexas
esculturas que não se mantinham de pé
imaginava canções mas não tinha palavras que as descrevesse
desisti





me concentrei nas chegadas e partidas
que nessa altura já não se diferenciavam
era um só fluxo em direção a algo, que já não sei  o que é
e pelo meio do caminho sempre encontrava comigo mesmo e com as mesmas pessoas do meu entorno imediato
e eu continuava sempre eu mesmo
e as pessoas também
salvo diferenças temporais, nós mesmos
ciclos
eternos ciclos que vão de encontro ao inicio de si mesmos, passando pelo meio dos outros
não necessariamente nessa ordem
não necessariamente.





domingo, 7 de junho de 2015

gran via 686


barcelona, novembro 2014

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

la luz, la sombra y la realidad










Frames de la película "Stockholm Stories", Karin Fahlén

sábado, 13 de setembro de 2014

poderia até achar engraçado...
se não fosse antes, trágico.


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

sobre como lugares estranhos se tornam familiares










Frames do filme " L'auberge espagnole", de Cédric Klapisch

sábado, 23 de agosto de 2014

amsterdam - dezembro - 2012

Amsterdam era uma cidade que sempre sonhei conhecer... imaginava andar pelas ruas, com os diversos canais, ir ao distrito da luz vermelha, ver as casas barco estacionadas... eram muitas as cenas que imaginava. Então, o dia chegou. Estavamos vindo de Berlin (que será assunto de outro post futuramente(ou não)) e logo no aeroporto já começam as aventuras. Eu e um amigo, interessados em turbinar a estada em Amsterdam, passamos no freeshop para comprar uma generosa garrafa da bebida mágica\maravilhosa alemã, também conhecida como Jaggermeister. Nessa de comprar bebida, por questão de segundos não perdemos o vôo porque chegamos exatamente na hora em que a porta estava sendo fechada.... mas foi. Embarcamos os três!
Chegamos! Desembarcamos, procuramos saber como sair do aeroporto, chegar na cidade. Chegamos a Estação Central e de lá era só pegar o tram até o hostel. Chegamos no hostel. Eis o momento em que duas coisas tensas acontecem. A primeira, descobrimos que a reserva que eu tinha feito para meu amigo que decidiu ir depois, era para um hostel em outra cidade. No fim ele conseguiu (por um alto preço) uma vaga no mesmo hostel da gente. A segunda coisa tensa, percebemos que eu havia perdido a linda, preciosa e maravilhosa garrafa de Jagger, esqueci a sacola no ponto do tram. Sim, meu amigo queria me matar... e eu, se não fosse eu, ia querer me matar também.
Superados os momentos tensos (ou não), fomos passear.
O tempo estava chuvoso e frio... mas a cidade era maravilhosa assim mesmo. Confesso, nossos passeios em Amsterdam não tiveram nenhum caráter cultural. Dos museus, passamos somente na porta. Mas não me arrependo de nada. Eles continuam lá e algum dia voltarei para vê-los.
A beleza dessa cidade é uma coisa muito difícil de descrever. O estilo arquitetônico, as bicicletas estacionadas por toda parte, os barcos. Os olhos não se cansam. Quando começou a anoitecer, começamos a planejar a noite, fomos ao supermercado comprar as bebidas. Levamos para gelar no hostel e logo estava tudo planejado. Íamos primeiro em uma boate que era de graça, e num papel tínhamos alguns planos B anotados. Chegamos na boate, depois de eu beber todo o meu vinho e o do meu amigo, que não gostou do dele. Estava vazia, embora o lugar fosse sensacional. Fomos para os outros, que também não estavam lá essas coisas. Numa delas, estávamos no fumódromo, super escuro e turvo com tanta fumaça que eu não via um palmo na frente do meu nariz. Nessa boate, que por sinal tinha um povo bem estranho, eu disse a meu amigo que podíamos falar em português lá dentro que ninguém nos entenderia. Seria nosso "código". Infelizmente sóquenão. Ouvimos uma voz ao fundo (não sei de onde veio), que dizia em bom português que não, não seria nosso código. Foi nesse momento que percebi que sempre tem algum brasileiro embrenhado em qualquer canto do mundo. Até mesmo num fumódromo whathever de uma boate whatever. Enfim. Fomos embora. Acabamos a noite voltando a mesma boate do inicio, a ver se tinha melhorado. Passamos num bar dançante que tinha ao lado e as essas alturas, as duas garrafas de vinho começavam a surtir algum efeito. Nesse lugar foi onde eu enxerguei uma porta onde não tinha, empurrei uma parede de madeira e derrubei-a. Saímos e entramos na boate ao lado, depois de eu derrubar a tal parede. Vimos coisas estranhas dentro da boate, que prefiro não comentar por aqui, mas resumindo, a noite não foi das melhores. Estávamos vindo de Berlin, onde as noites eram incríveis, e estávamos esperando algo super bacana de Amsterdam também. 
Dia seguinte, mais passeios. Alugamos uma bicicleta!! Achei dificil andar, primeiro porque não sei andar bem e segundo porque o freio era girar o pedal para trás... enfim... os ciclistas da cidade queriam me jogar pra fora da ciclovia, porque eu tava lá empacando o pessoal.  Nessa tarde fomos ao Bulldog Coffee Shop, para tomar um café e dar boas risadas. Foi o que fizemos. 
Chegando a noite, era a hora de salvar a impressão ruim que tivemos da noite passada. Fomos numa boate, que pelo site parecia bem suspeita e estranha... mas logo na entrada, percebemos que era o paraíso. Uma noite que por sí só, fez valer toda a viagem.
Depois de sair da boate, ir ao Burger King comer e deixar meu amigo no hostel; peguei a bicicleta e fui fazer um passeio noturno pela cidade, que era igualmente bonita a noite. Queria aproveitar cada segundo daquele lugar.
Dia seguinte, mais passeios. Vi muitas casas-barco e percebi que realmente, deve ser sensacional viver em uma delas. Fomos a um parque, que mesmo no inverno era lindíssimo. 
E pela tarde, mais um parque. Fiquei encantado como a cidade te permite se locomover tão bem de bicicleta. É certo que, o que se conhece como turista; se resume ao centro e que as pessoas que vivem lá, nem sempre tem aquele estilo de vida ao qual os turistas imaginam... mas consegui perceber muitas cenas que me pareceram rotineiras para eles, não era tudo cenográfico.
A maioria das cidades que visitei, me trouxe um desejo de algum dia alí morar... e com Amsterdam não foi diferente. Chegando a noite, já estava decidido que ia ter repeteco. Não queríamos arriscar uma noite ruim num lugar desconhecido e voltamos a mesma boate da noite anterior... mas claro que antes teve um esquenta, para relembrar Berlin com bons shots de Jagger. 10 tubos, 10 euros. Uma barganha.
Ultimo dia resume-se a visita ao Madame Tussauds, ao qual perdemos as fotos; uma tentativa frustrada de ir na casa da Anne Frank, que tinha uma fila gigantesca ao qual resolvemos não enfrentar e mais passeios pela cidade. A noite era fazer os últimos passeios, tiras mais umas fotos e ir dormir no aeroporto, para no dia seguinte pela manhã, partirmos para Londres.
É chegado o momento de deixar a cidade. Mas ela nunca nos deixa. Depois de conhecê-la, ela estará pra sempre dentro de mim.


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

manifesto nº 19 (da culpa)

senti mais uma vez um golpe
tão forte quanto todos os anteriores
uma facada certeira, que tirou a memória
deixou no lugar um vazio, tão grande quanto o universo
ou qualquer outra comparação que traga ideia de imensidão
ou tão pequeno quanto uma folha de papel
branca em parte, suja em outra parte

os golpes mais duros, são aqueles em que somos presa e predador
sinto o peso para erguer a espada e em seguida a dor do golpe
e a ninguém posso culpar, senão a mim mesmo
volto pra casa ferido
mais uma vez

nesse mundo de possibilidades e acontecimentos
onde eu sou o centro da minha própria órbita
me restou tratar todos os ferimentos
e preparar para minha próxima batalha
contra mim mesmo
e torcer pra que dessa vez eu ganhe, não mais perca